Quando falamos da Toscana, falamos de lugares que julgamos não existir ou que pararam no tempo. Vivermos a Toscana depende do nosso estado de espírito, dos nossos sentidos e das nossas vivências.
Caminhar na Toscana
Descobrir a região de Chianti é como se nos teletransportássemos para um quadro, mas com o qual interagimos.
Mapa da região Chianti
A escura vegetação de Chianti proporcionada pelos vales que caracterizam esta região, e que nos brindam com declives mais ou menos suaves cobertos de floresta, de vinhas que se estendem até pequenos cursos e água que soam a música por entre o silêncio só quebrado pelo vento trazem-nos paz. Parece que chegámos a uma terra onde o homem nunca passou, que nunca transformou, ou que no limite teve a sabedoria de deixar intacta.
Paleta de cores Toscanas
Estas paisagens que se avistam do topo de Siena, sempre tiveram a matiz da tranquilidade, da excelência, que nos dias que correm de uma forma quase profana nós sabiamente invadimos... mas não a transformemos.
À saída de Siena
Quando procuramos Chianti, procuramos equilíbrio, afetos e prazeres autênticos que nos revigorem o corpo e a alma. O bem estar impera numa terra onde a arte do cultivo é mais do que uma atividade agrícola. É uma arte, é a característica do bem estar e bem viver e que entre aromas e sabores nos fazem sentir vivos.
Mas Chianti não são só paisagens. Chianti é gastronomia e a terra onde se produz o vinho que faz inveja ao mundo... O Chianti.
Vinhas de Chianti
Em terra de gente humilde e que noutras épocas escolhia a emigração para fugir à pobreza, a cozinha desta região era uma cozinha "sazonal" porque se usavam os produtos da estação e que se produziam nestas terras. Outro produto que nos marca é o pão que ainda hoje é cozido em forno a lenha e que é comestível durante vários dias. Mas depois temos as carnes, os frutos, o mel e o... vinho.
Degustação de produtos da terra em Castellina
Terra de grandes vinhos que devemos aos vinhateiros que perpetuaram o seu cultivo por séculos, este é um produto que hoje chega às mesas e é apreciado em todo o mundo. O Chianti dos nossos dias, é um vinho do quotidiano meio encorpado, degustável em todas as ocasiões e que pode acompanhar qualquer refeição, devido à incorporação de uvas brancas e de uvas tintas mais suaves capazes de suavizar o Chianti de outros tempos de cor e cheiros intensos.
Caves de Chianti
As Aldeias.
Toda esta região tem como ponto de partida a cidade Siena, estendendo-se a quatro aldeias - Castellina di Chianti, Radda di Chianti, Gaiole di Chianti e Castelnuovo Berardenga.
Castellina in Chianti - Enoteca
Vista geral de Castellina in Chianti
Estes são os polos que nos fazem entrar noutra dimensão. Desde o momento em que Castellina di Chianti era a capital da região com a sua função militar, até à atual aldeia dominada por Enotecas onde nos podemos deliciar com os vinhos e sabores de uma Itália que julgamos perdida. Deixando Castellina e prosseguindo pela estrada que percorre Chianti, cruzamos Quercegrossa que merece a visita para quem gosta de obras renascentistas até chegarmos a Radda que nada mais é que uma sucessão de vinhas decorada por unidades de turismo rural e que convida a caminhadas ou passeios a cavalo disponibilizados numa das inúmeras quintas que por ali existem, e porque não gozar a "chiantigiana" - Estrada que percorre Chianti - de bicicleta.
Praça central de Gaiole in Chianti
Castelo de Gaiole in Chianti
Seria injusto estar a inúmerar locais onde ficar e onde comer, onde degustar vinhos, pois cada um deles tem particularidades. O conselho é ir parando, conversando, saboreando e vivendo. Estou seguro que ninguém volta indiferente, pois este local da terra onde se produz o néctar dos deuses, foi ele próprio abençoado pelos mesmos.
Monterrigioni
Como ir:
Existem múltiplas formas para chegar a Siena, e daí optar de uma base para explorar a região.
A Toscana e servida por dois aeroportos. O de Pisa e o de Florença, daqui existem inúmeras formas de chegar à região Chianti. O comboio proporciona também vista admiráveis dos campos de Chianti com vistas únicas sobre as aldeias.
De Portugal não existem voos diretos para a Toscana, começando a Ryanair a voar duas vezes por semana para Pisa a partir do Verão de 2014. Contudo convém verificar os preços para Roma e/ou Bolonha pois as diferenças podem justificar.
Quando ir:
As quatros estações de ano apresentam encantos, mas na minha modesta opinião o Verão e o Outono são Reis. O primeiro por permitir banhos refrescantes nos riachos entre o verde dos vinhedos e o Outono pela cores quentes que nos proporciona.
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