sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Cinque Terre - Caminhar entre vinhas e o Mediterrâno

Monterosso Al Mare
 
Num quente dia Agosto de 2012 pela manhã subo a bordo do Intercity que me havia de levar de Milão a Monterosso al Mare via Génova em terras da Ligúria. Pelo meio da manhã chego à primeira das Cinque Terre e aqui começa um dia em contacto com a Natureza, entre mar, montanha, cheiro a Mediterrâneo e um azul de uma intensidade diria única. Ténis confortáveis e água, muita água são altamente recomendáveis e necessários.
Parque Natural das Cinque Terre
 
Cinque Terre, são cinco terras alcandoradas nas vertentes sul da Liguria, classificadas pela Unesco e que são hoje um parque natural caracterizado por um conjunto de trilhos que ligam as diferentes aldeias, com desníveis acentuados entre vinhas, olivais, figueiras e o azul do mediterrâneo como fundo.
Mapa do Parque
 
Na primeira abordagem às Cinque Terre, chegamos  a Monterrosso e a primeira ideia que me cruza o espírito é... fico já aqui a gozar este mar... mas não foi esse o objetivo que me levou a 3 horas de comboio para gozar desta natureza puro. Com uma inveja incrível, lá começo o trilho que me levará ao final do dia a Riomaggiore.
Início do trilho em Monterosso
 
O percurso inicial é simples, com bom piso, quase ao nível do mar, vamos-nos deliciando com o mar e invejando os que dele usufruem, mas seremos recompensados pela natureza. Até chegarmos ao início do trilho que nos levará até Vernazza o azul domina, e o apelo pelas refrescantes águas aumenta... Mas sendo determinado lá entro em pleno parque Natural das Cinque Terre para o primeiro percurso que dura cerca de duas horas e meia, ao longo de um trilho sinuoso.
Frescura
 
Ao longo do trilho somos brindados por vegetação Mediterrânea virgem, por campos de cultivo, olivais, figueiras e vinhas. O percurso é duro, sobretudo debaixo do quente Agosto, mas a atmosfera que se cria entre caminheiros incentiva a que se continue. O primeiro percurso é o mais sinuoso, e a meio do percurso somo brindados com a visão de Vernazza ao fundo que rapidamente desaparece entre os recortes da costa.
Socalcos

Gradação de verdes

Verde pinho

Fundo azul

Miragem
 
O azul contínua ao fundo, os únicos sons que se ouvem são motores de barco longínquo, pássaros, e os restantes caminheiros que vão trocando impressões ao longo do trilho. Existem ao longo do percurso boas sombras e bons retiros para repousar. Aconselho que se leve algo para comer a meio do percurso pois neste primeiro trilho não existem equipamentos de apoio.
Ferias
 
Depois de atingirmos a cota máxima, começamos a descida para Vernazza, onde a agitação impera e um magnifico almoço à beira mar nos espera.
Vernazza
 
Vernazza, assim como todas as Cinque Terre, sofreram de fortíssimos aluviões no Outono de 2011 tendo ficado destruídos muitos dos trilhos, mas que a gestão do parque durante o ano de 2012 recuperou, estando atualmente todos aberto e dotados de melhores condições quer de acessibilidade quer de segurança.
 
Vernazza foi particularmente afetada, tendo ficado "entulhada" de materiais das vertentes até ao nível do segundo andar. Mas a vontade e determinação dos seus habitantes devolveram-lhe o brilho e a cor que tanto a caracteriza.
Labirinto
 
Sendo já uma hora tardia para Almoçar, passei pelo Capitano di Basso para comprar uma focaccia genovese e uma Moretti e com vista para os peixes retemperei forças.
Água no estado Puro
 
De Vernazza e por o trilho inferior estar encerrado, a ligação até Corniglia foi feita de comboio, e daqui até Riomaggiore de novo a pé pela Via dell'Amore, sendo este último trilho o mais simples pois esta todo recuperado, com equipamentos de apoio ao longo do percurso incluindo uma pequena esplanada onde algo refrescante cai muito bem, até aos acessos a pequenas enseadas que garantem banhos revigorantes.
Corniglia

Piscinas Naturais

Via Dell'Amore

Via Dell'Amore II

Túnel de acesso a Riomaggiore
 
Já em Riomaggiore, é altura de visitarmos as piscinas naturais, caso tenhamos energia um passeio pelo Golfo dos Poetas que aqui se inicia até La Spezia, ou simplesmente esperar pelo comboio de regresso sorvendo deliciosamente um gelado na fabulosa gelateria no porto dos pescadores.
Riomaggiore

Porto de abrigo

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Liguria - O golfo dos poetas

O Golfo dos Poetas localiza-se na ponta sul da Ligúria e a norte de La Spezia, e caracteriza-se pela calma do Mediterrâneo, pelas aldeias alcandoradas sobre o mar e pelas cores intensas. Mas voltemos ao mar, que se sempre foi o que mais me fascinou neste pedaço de Itália que merece ser descoberto.
 
Golfo dos Poetas
 
O melhor meio para uma primeira abordagem ao Golfo dos Poetas é o barco. Deixando o porto de La Spezia, entramos numa paisagem quase irreal com as cidades a pique sobre o mar, a água cristalina de um Mediterrâneo ainda puro e o verde das colinas que inspiraram entre outros Shelley, Byron, Petrarca e Montale. Foi em parte a presença de poetas por estas paragens que atribuíram o nome à região que vai de Lerici a Portovenere, e é intervalada por promontórios, praias, pequenas calas banhadas por um mar tranquilo e transparente e uma vegetação selvagem que garante frescura no escaldante Verão.
 
Lerici por ser a mais acessível é também aquela que tem maior pressão turística. Cidade antiga e portuária. foi passagem de gregos e fenícios, de peregrinos e mercadores genoveses, até à presença de poetas que a imortalizaram na poesia.
Hoje Lerici é procurada pelo mar, pela sua localização que serve de porta de entrada para a Riviera Ligure, mas devemos procurar também a igreja construída para São Francisco de Assis e a torre de San Rocco que oferece um por do sol de cortar a respiração.
As praias de Lerici são pagas, mas se sairmos do "borgo" encontramos pequenas calas selvagens onde impera a tranquilidade,  acima e tudo são gratuitas.
Marina de Lerici 
 
Portovenere é a aldeia que antecede o parque natural das Cinque Terre, e que desde 1997 faz parte do Património da Humanidade. A principal característica deste lugar é a multiplicidade de cores que convidam a passeios ao longo da marina, e sentar a saborear uma salada de mar sem pressas pois estamos de férias. Um dia é sinceramente suficiente para visitar Portovenere, sem stress, usufruindo do magnifico mar Ligure, e entre visitas ao castelo e à igreja de San Lorenzo um mergulho é sempre bem vindo.
Colours of Portovenere
 
Sendo esta uma região onde a natureza se apresenta em estado puro, a visita tranquila à ilha de Palmaria é quase obrigatório. Aqui somos inundados por perfumes mediterrânicos, pelo som do vento entre o arvoredo e praias de seixos quase desertas. A água do mais cristalino convida a banhos sem fim. Os trilhos a passeios cénicos e as "tascas" a momentos de puro prazer com a conversa dos proprietários.
Palmaria
 
Pelos trilhos de Palmaria
 
 
A riviera Ligure tem sofrido um crescimento turístico exponencial nos últimos anos, mas este tem crescido de forma sustentável, sem descaracterizar o meio envolvente, muito pelo contrário, com as receitas turísticas têm-se recuperado percursos e miradouros, acessos ao mar, o que faz de toda esta região um exemplo no turismo de natureza. A isto chamamos turismo sustentável.
Mapa da ilha de Palmaria
 
Os preços poderão ser algo elevados nos meses de Julho e Agosto, mas tornam-se acessíveis nos restantes meses. Contudo refinando pesquisas e ficando em aldeias menos conhecidas podemos encontras boas oportunidades.
 
Não existem grandes hotéis por estas paragens, sendo a opção bed and breakfasts, alguns deles de grande qualidade, devendo-se contactar diretamente os proprietários com a finalidade de serem pedidos orçamentos.
 
Como ir:
O Comboio é a melhor forma de chegar a La Spezia vindo de Génova ou de Pisa. As ligações são regulares com múltiplas opções a cada dia. Para a explorar a região em si, o melhor é mesmo munirmos-nos de um mapa dos trilhos pedestres, bons ténis e partir à descoberta. De referir que estes estão muito bem preservados e sinalizados sendo a segurança uma constante.
 


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Cortina d'Ampezzo - A raínha dos Dolomiti

A Cortina d'Ampezzo sempre esteve envolta de curiosidade, de fascínio, por uma atmosfera de montanha e maravilhas naturais sempre revestida da maior elegância.
Cortina d'Ampezzo
 
Desde sempre me habituei a ver a "Cortina" encravada entre montanhas imponentes. O levantamento dos afloramentos rochosos que circundam Cortina deveram-se à compressão continental entre África e a Europa, originando relevos acentuados, entre picos isolados, torreões e paredes rochosas compostas de um estranho calcário que foram alvo de análise do geólogo francês Déodat Dolomie, vindo daí o nome Dolomiti.

Dolimiti . Picos Montanhosos
 
Finda a breve aula de geomorfologia :-), e antes de se tornar numa das mais luxuosas estâncias de neve do mundo, a Cortina d'Ampezzo caracterizou-se por ser um aldeia de camponeses, tendo sido ponto de passagem de Romanos, Celtas entre tantos outros, até ter sido tomada por alemães no Sec. XVI.
 
Mas é no século XIX que esta pequena aldeia dá os primeiros passos até chegar ao que é hoje. De toda a europa começam a chegar alpinistas procurando o risco e a exuberância dos picos montanhosos, tendo-se construído refúgios, hotéis e pequenos lugares que com o tempo se tornaram em lugares de eleição das elites, sendo hoje uma verdadeira mostra de luxo e elegância que tem refinado com o tempo, e fizeram desta uma das estâncias de neve mais procuradas da Europa.
Cartaz promocional dos jogos olímpicos de Inverno 1956
 
Não muito longe de Veneza, a estância herda a riqueza da sereníssima e onde os Venetos vão e têm orgulho de saber que dos seus altos picos se avista em dias claros o brilho de Veneza.
 
Esta é uma terra maravilhosa. Os preços são altos como os picos que a rodeiam, mas uma viagem de um dia para gozar uma atmosfera única e no verão beber água em nascentes naturais acreditem que é revigorante e para gozarmos das maravilhas naturais, não temos de arruinar a conta bancária.
Pista de Forcella - Cortina d'Ampezzo
 
Como chegar:
Chegar a Cortina d'Ampezzo de autocarro é extremamente confortável, existindo ligações da maior parte das cidades do norte de Itália, nomeadamente Treviso, Veneza, Rovigo, Ferrara, Bolonha e Milão.
A estação rodoviária encontra-se a apenas 50 metros do centro de Cortina.
 
Comboio:
Não existem ligações diretas até Cortina d'Ampezzo. Tendo de se tomar o comboio de Veneza até Calalto di Cadore e daí uma linha de autocarros faz a ligação combinada com o caminho de ferro até Cortina. Apesar desta opção ser do ponto de vista paisagístico mais apelativa, implica uma duração de viagem mais prolongada e menos cómoda, sobretudo no período de inverno.
 

Gottardo - Comboio com vista sobre os Alpes



A linha ferroviária do Gottardo, é uma linha alpina que liga a fronteira italiana de Chiasso a Zurique, atravessando de forma cénica os Alpes.
Comboio Eurocity Milão - Zurique na estação de Milão Centrale
 
Inaugurada em Maio de 1882, esta é uma linha histórica que liga a Suíça germânica a Itália ao longo dos Alpes, alcançando os 1133 metros de altitude no túnel do Gottardo que conta com cerca de 15 km de comprimento. Contínua hoje a ser um eixo de extrema importância para os dois países e para a Europa devido ao elevadíssimo número de composições de mercadorias e de passageiros que diariamente aqui circulam, nomeadamente entre Milão e Zurique.
Chegada a Lugano
 
Uma grande obra de engenharia, percorre vales profundos, vertentes vertiginosas, túneis em espiral e pontes de cortar a respiração que fazem hoje as delícias dos amantes das ferrovias e de quem gosta de admirar paisagens de montanha a bordo de um confortável comboio.

Subida em espiral da rampa sul do Gottardo
 
Subida do Gottardo
 
Já na descida em direção a Zurique a paisagem muda e deixamos as montanhas e seguimos com vistas de azul intenso ao longo do tranquilo Lago Zug. É como se estivéssemos numa aguarela.
Junto ao Lago Zug
 
A paisagem é distinta nas várias estações do ano. Do Manto branco no inverno, a verdadeiras torrente na primavera quando o degelo impera, ao caminheiros que seguem ao longo da linha no Verão, às cores das folhas no Outono.
Chegada a Zurique
 
Apesar de à partida ser um dia cansativo, 3h31 entre Milão e Zurique em cada sentido, a viagem vale pela beleza das paisagens e por passar um dia diferente, numa viagem que tem os dias contados quando em 2017 for inaugurado o túnel de base do Gottardo e os comboios de passageiros deixarem de cruzar os Alpes por cotas superiores.
Estação central - Zurique
 
À partida este passeio pode parecer um devaneio, até porque as tarifas "normais" são elevadíssimas. Mas a Trenitalia dispõe de promoções e comprados com a devida antecedência cada trajeto fica por 22 euros quando se opta pela tarifa Smart. Chamo a atenção que é obrigatório retirar os bilhetes nas máquinas automáticas disponíveis na estação de Milão e que TÊM de se retirar que o bilhete de ida quer o bilhete de volta pois em Zurique as máquinas não o permitem.
 
Sugiro que se apanhe o comboio em Milão às 09.10, com chegada a Zurique às 12.51, bem a tempo de irmos almoçar. E depois de uma visita à cidade, passar no Jelmoli na Bahnhofstrass e comprar algo para se comer no comboio e regressar a Milão pelas 19.09 com chegada às 22.50.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Chianti - A essência da Toscana

Quando falamos da Toscana, falamos de lugares que julgamos não existir ou que pararam no tempo. Vivermos a Toscana depende do nosso estado de espírito, dos nossos sentidos e das nossas vivências.
Caminhar na Toscana
 
Descobrir a região de Chianti é como se nos teletransportássemos para um quadro, mas com o qual interagimos.
Mapa da região Chianti

A escura vegetação de Chianti proporcionada pelos vales que caracterizam esta região, e que nos brindam com declives mais ou menos suaves cobertos de floresta, de vinhas que se estendem até pequenos cursos e água que soam a música por entre o silêncio só quebrado pelo vento trazem-nos paz. Parece que chegámos a uma terra onde o homem nunca passou, que nunca transformou, ou que no limite teve a sabedoria de deixar intacta.
Paleta de cores Toscanas
 
Estas paisagens que se avistam do topo de Siena, sempre tiveram a matiz da tranquilidade, da excelência, que nos dias que correm de uma forma quase profana nós sabiamente invadimos... mas não a transformemos.
À saída de Siena
 
Quando procuramos Chianti, procuramos equilíbrio, afetos e prazeres autênticos  que nos revigorem o corpo e a alma. O bem estar impera numa terra onde a arte do cultivo é mais do que uma atividade agrícola. É uma arte, é a característica do bem estar e bem viver e que entre aromas e sabores nos fazem sentir vivos.
 
Mas Chianti não são só paisagens. Chianti é gastronomia e a terra onde se produz o vinho que faz inveja ao mundo... O Chianti.
Vinhas de Chianti
 
Em terra de gente humilde e que noutras épocas escolhia a emigração para fugir à pobreza, a cozinha desta região era uma cozinha "sazonal" porque se usavam os produtos da estação e que se produziam nestas terras. Outro produto que nos marca é o pão que ainda hoje é cozido em forno a lenha e que é comestível durante vários dias. Mas depois temos as carnes, os frutos, o mel e o... vinho.
Degustação de produtos da terra em Castellina
 
Terra de grandes vinhos que devemos aos vinhateiros que perpetuaram o seu cultivo por séculos, este é um produto que hoje chega às mesas e é apreciado em todo o mundo. O Chianti dos nossos dias, é um vinho do quotidiano meio encorpado, degustável em todas as ocasiões e que pode acompanhar qualquer refeição, devido à incorporação de uvas brancas e de uvas tintas mais suaves capazes de suavizar o Chianti de outros tempos de cor e cheiros intensos.

Caves de Chianti
 
 
 
As Aldeias.
Toda esta região tem como ponto de partida a cidade Siena, estendendo-se a quatro aldeias - Castellina di Chianti, Radda di Chianti, Gaiole di Chianti e Castelnuovo Berardenga.

Castellina in Chianti - Enoteca
 
Vista geral de Castellina in Chianti
 
Estes são os polos que nos fazem entrar noutra dimensão. Desde o momento em que Castellina di Chianti era a capital da região com a sua função militar, até à atual aldeia dominada por Enotecas onde nos podemos deliciar com os vinhos e sabores de uma Itália que julgamos perdida. Deixando Castellina e prosseguindo pela estrada que percorre Chianti, cruzamos Quercegrossa que merece a visita para quem gosta de obras renascentistas até chegarmos a Radda que nada mais é que uma sucessão de vinhas decorada por unidades de turismo rural e que convida a caminhadas ou passeios a cavalo disponibilizados numa das inúmeras quintas que por ali existem, e porque não gozar a "chiantigiana" - Estrada que percorre Chianti - de bicicleta.
Praça central de Gaiole in Chianti
 
Castelo de Gaiole in Chianti
 
Seria injusto estar a inúmerar locais onde ficar e onde comer, onde degustar vinhos, pois cada um deles tem particularidades. O conselho é ir parando, conversando, saboreando e vivendo. Estou seguro que ninguém volta indiferente, pois este local da terra onde se produz o néctar dos deuses, foi ele próprio abençoado pelos mesmos.
Monterrigioni
 
 
Como ir:
Existem múltiplas formas para chegar a Siena, e daí optar de uma base para explorar a região.
A Toscana e servida por dois aeroportos. O de Pisa e o de Florença, daqui existem inúmeras formas de chegar à região Chianti. O comboio proporciona também vista admiráveis dos campos de Chianti com vistas únicas sobre as aldeias.
 
De Portugal não existem voos diretos para a Toscana, começando a Ryanair a voar duas vezes por semana para Pisa a partir do Verão de 2014. Contudo convém verificar os preços para Roma e/ou Bolonha pois as diferenças podem justificar.
 
Quando ir:
As quatros estações de ano apresentam encantos, mas na minha modesta opinião o Verão e o Outono são Reis. O primeiro por permitir banhos refrescantes nos riachos entre o verde dos vinhedos e o Outono pela cores quentes que nos proporciona.