sexta-feira, 19 de setembro de 2014

VENEZA/VENICE/VENEZIA - Aqui vivem pessoas.

O período de férias aproxima-se do fim... Voltamos às rotinas, é altura de trocarmos algumas experiências das férias.
 
Este será um post diferente. Peço desculpa antecipadamente se irei parecer pouco simpático, rude ou com alguma falta de humildade, mas Veneza está a morrer. Não mostrarei fotos idílicas, de postais ilustrados, do amor e do romantismo... antes de  como um "ecossistema humano" está a ser completamente arrasado...
 
Veneza está a ser devorada, descaraterizada, violentada, possuída... e todos sem exceção esquecemos que ali vivem pessoas... Os venezianos verdadeiros estão em "extinção"... já são pouco mais de 65000 habitantes. Pretendemos transformar a sereníssima num resort a céu aberto? Iremos querer visitar uma cidade sem alma? Sem a melancolia, as sombras, os cheiros, o DIALETO, a forma de estar que durante anos caraterizaram esta cidade que no fundo sempre viveu de transgressão, de leis próprias, e de uma imagem que se pulverizou no mundo.
 
É duro ver o campo Santo Stefano vazio, o Sestrier de San Polo sem o Ciaccole - Conversas dos venezianos - no final da tarde. As pontes que se enchem de cadeados, como se o amor por alguém dependesse disso mesmo... não fechem o vosso amor numa qualquer ponte de Veneza... pelo contrário... amem-na, respeitem-na porque ela é uma senhora... La Serenissima.
 
Para terem ideia na ponte Accademia foram retiradas toneladas de Cadeados... O impacto visual é horrível e  a própria velha ponte de madeira está em risco... Se a ponte ruir, ruirá também o amor de quem o ali fechou???
O que significa isto???
 
Os venezianos estão no limite... Gritam socorro... Por favor caminhem pelo lado direito. as ruas são estreitas e se caminharmos todos lado a lado a circulação é impossível. Aqui vive gente que trabalha, que estuda que procura tornar a cidade sustentável. Os vaporetti são história, são uma bela e única forma de contemplar o Grande Canale, mas são também o único meio de transporte publico da cidade, por isso convém facilitar a vida a quem os usa diariamente. Já pensaram o que sente alguém de Alfama ou Graça, ou da Estrela quando tentam subir a bordo do 28 em Lisboa, ou de qualquer outro meio procurado por turistas.
 
Veneza vive do turismo, mas se o turismo quer continuar a viver e a ver Veneza teremos todos de cuidar da cidade. O lixo amontoa-se, quando a noite cai, e a altas horas da noite as garrafas, as latas, os papéis gozam a serenidade das marés e percorrem os desertos canais em busca do Adriático.
 
Os venezianos estão cansados. A cidade está de luto. Em protesto os palácios não brilham à noite, o grande canal fica em silêncio, as cortinas são fechadas. Privacidade impõem-se... O insólito acontece... A necessidade de fazer face à afluência de turistas é tanta que há choque entre vaporetti e gongolas, há engarrafamentos no grande canal... Não é sustentável.
 
Tirar os cruzeiros da sala de visitas da cidade não está nas nossas mãos, mas cuidá-la sim... temos esse dever... todos temos  uma imagem desta cidade... vivam-na, não a consumam... deixo em seguida algumas fotos de final de Agosto último e parafraseando "a cortina" vermelha que cobre o histórico mercado do Rialto escrita em Dialeto... El Cuor non se vende.
Duelo de Gigantes


´
Luta Desigual
 


O coração não se vende

Isto é romantismo?

No Rialto não se toca


Carece proteção




CAOS - Viveria aqui?
Basilica e Campanile às escuras

Luto!
 
 
 

Sardegna - Ode ao Verão

O verão instalou-se este ano meio tímido também por Itália. O tempo não é aquele a que nos habituamos, não há musica de Verão, não há sorrisos na cara... estamos todos zangados com o tempo.

O sol, o calor e o mar têm o poder de nos atrair e fazer rumar a ambientes "líquidos" de areias claras e águas tranquilas. Olhando para o mapa italiano, chama-nos à atenção uma ilha a escassos 45 minutos de avião da Península Itálica, a ainda mais escassos minutos de barco da Córsega do sul... e estamos na Sardegna.

Sardegna
 
A Sardegna é muito mais que praia, águas quentes, a paz de Palau e o mundo vibrante da Costa Esmeralda, o seu interior é caracterizado por paisagens únicas, histórias e vivências que não deixarão nenhum de nós indiferente, sobretudo porque mesmo após o sucesso turístico alcançado, mantém a alma mediterrânea.
Palau Sardo

Arquitetuta Natural
 
Mas em tempo de Verão, deixemo-nos atrair por aguas quentes e transparentes. 
 
O arquipélago da Maddalena, selvagem e moldado pelo vento e pelo mar, encravado entre a Sardegna e a Córsega, é constituído por sete pequenas ilhas e ilhéus que representam um espetáculo único da natureza. Aqui somos encandeados pelos tons de azul que varia entre o azul claro e transparente, o celeste e o mais intenso quando a profundidade aumenta.
La Maddalena
 
As formas litorais formam anfiteatros entre as rochas e a água sobretudo entre La Maddalena e Spargi e entre Caprera e Santo Stefano. Para além do já descrito fazem-se notar golfinhos, focas e o fundo marinho são uma "bolsa" de maravilhas que apaixonarão os mergulhadores mais exigentes, podendo-se encontrar florestas de algas vermelhas, estrelas do mar e anémonas. Lá mais para Agosto o Violeta da lavanda selvagem perfuma o ambiente... e sim, estamos mesmo em pleno Mare Nostrum.
Spargi

Caprera
 
Mas a ilha de Maddalena, e a sua aldeia homónima, pulsam de vida própria. Emersa ente escadarias, becos e pequenas praças que nos conduzem ao Porto di cala Gavetta, é na piazza Garibaldi que encontramos um palácio que nos transporta para o período ora dos Saboia ora de Napoleão... mesmo de forma descontraída viajamos pela história. E que bem sabe tomar um aperitivo no Café du Port mesmo em frente ao porto vecchio e de seguida perdermo-nos no que de melhor existe no fantástico mundo enogastronómico sardo de Su Entu.
Sala de visitas - Piazza Garibaldi
 
Ao por do sol, um happy hour que se prolonga noite fora entre musica jazz, blues e dance music agitam Zi Antó na praia de Punta Tegge. Se me perguntarem se o local é sofisticado não é, se o serviço é top, não é... mas a simplicidade, as bruschette híper dimensionadas fazem a diferença. Depois é verdade que a praia que está próximo não é o máximo, mas o pôr do sol vai ficar entre um daqueles que recordamos. Experimentem-no em Setembro e podem reclamar aqui no blog se estiver errado.
Punta Tegge
 
Ao longo de uma estrada de vinte quilómetros contorna a ilha, as vistas são de "mozzafiatto" ficam-nos na memória e fazem-nos lembrar que a vida tem de ser vivida e celebrada.

Não sendo um destino particularmente acessível, se fugirmos à época alta de Julho a Agosto os preços descem substancialmente o que é acompanhado também numa queda do número de pessoas.
 
 

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Nápoles - O fabuloso mundo latino vibrante.

Hoje rumamos a um dos destinos mais míticos, chamemos-lhe exótico, chamam-lhe suja e perigosa, eu apelido-a inesquecível.

NAPOLI... Já tanto foi dito desta cidade que atrai milhões desde o tempo da grand tour. Uma cidade insalubre, perigosa, de má fama era assim que se apresentava aos jovens de classe média alta que procuravam aventura e a matiz cultural da sociedade ocidental.
 
Mas hoje Nápoles continua nas bocas do mundo... por vezes por motivos pouco recomendáveis, sim a Camorra existe, sim há criminalidade... mas será assim tão dominante ou tão mais agressiva do que aquela que encontramos numa qualquer capital europeia?
 
Mergulhemos na encantadora cidade Campana vista sem preconceitos e juízos fabricados, e acreditem que a despedida desta será verdadeiramente dolorosa.
 
Benvenutti a Napoli.
 
Golfo de Nápoles
 

Nápoles é uma cidade encantadora, que vive mergulhada em antíteses e contradições. Entre praças que nos maravilham a ruas que nos chocam, uma coisa é certa... quem visita esta cidade não regressa a casa sem levar consigo recordações, sentimentos e cores que o levarão a recordar a capital da Campânia com afeto, mas também a desejar voltar a esta cidade que simboliza ao mesmo tempo o orgulho e o ressentimento do sul de Itália.
 
Mas deixemos a cidade por momentos e olhemos para os napolitanos... Estes são os primeiros a mostrar o orgulho pela magia emanada pela sua cidade recheada de potencialidades e onde ao mesmo tempo são as vitimas de uma criminalidade que mancha a fama desta cidade.
 
Mas sejamos persistentes e não se faça como eu, que durante anos vivi de costas voltadas para com esta cidade, e que apesar do fascínio que sempre exerceu sobre mim, sempre adiei descobrir o quanto é forte o sentimento e o fatalismo dos napolitanos, e de que maneira têm o coração na boca. Para nós turistas, a tranquilidade é garantida se tomarmos as precauções normais de qualquer outra cidade. Uma coisa é certa... vivam esta cidade, e ao fim de dois dias serão defensores deste admirável mundo mágico.
 
Capital da Campânia, Nápoles é a terceira cidade italiana, e primeira do sul de Itália. Rodeada pelo Vesúvio que adormecido se mantém imponente e pelos Campi Flegrei, com o golfo de Nápoles abrindo caminho ao Mediterrâneo, é o centro de uma vasta área metropolitana.
Piazza Plebiscito

O seu centro histórico e a sua génese encontram-se entre a Piazza Garibaldi e a via Toledo, que correspondem à velha Neápolis Romana, tendo-se conservado ao longo dos anos o traçado das antigas ruas romanas. Esta é também a área mais vibrante da cidade... Via Duomo e via dei tribunali.
Via Toledo

O clima e o enquadramento de natural valem por si só uma visita a Nápoles, ainda que o caos reinante nesta cidade dificulte o desenvolvimento do turismo... Mas seria Nápoles uma cidade mágica sem o seu bulício caótico? Claramente que não... Nápoles vive disso... de um caos sedutoramente organizado e funcional.

Nápoles não é apenas história... é cultura, arte, tradição, música e literatura. O melhor modo de conhecer a cidade é vivê-la sem limites, deixarmo-nos transportar para os seus becos, inebriar com o perfume, ouvir os sons napolitanos, saborear sabores únicos e tradicionais, e deixar-nos surpreender pelos tesouros escondidos.
Piazza Bellini

Visitar Nápoles é visitar obrigatoriamente o Duomo onde há séculos se consagra o milagre de San Gennaro - padroeiro da cidade, subir ao museu di capodimonte e ao palácio real, ou numa visita mais alargada. apanhar um barco e observar a costa que se estende até Sorrento e que prossegue pela costa Amalfi.

Conhecer Nápoles é comer uma pizza nos micro restaurantes do centro histórico, é comer uma salada caprese com mozzarella di buffalla com o seu toque de acidez na piazza Bellini... é desfilar pelas galerias Umberto I a caminho do teatro San Carlo, é observar a piazza del plebiscito, é saborear um café tradicional na imponente via Toledo.
Pizzeria Da Vezzi

SENTIR Nápoles é caminhar junto ao golfo a cantarolar musica napolitana, é apreciar a simpatia e genialidade dos napolitanos, é sorver o intragável mas sedutor dialeto Napul.

É visitar o magnifico quarteirão dei spagnoli com os cuidados necessários... que não se levem máquinas fotográficas nem objetos de valor. As imagens deste pedaço urbano belo e decadente ficarão para sempre na nossa memória acreditem... seja pela arquitetura, pela roupa estendida entre as janelas, pelo cheiro a ragú temperado com basílico.
Quartieri Spagnoli

Nápoles é uma cidade que não tem tempo, nem vive de modas... tudo aquilo que podemos ver é um pequeno exercício de modéstia, pois são inúmeros os tesouros escondidos por baixo dos palácios, das igrejas e das ruas que escondem uma outra cidade que existe nas entranhas da terra.

Nápoles: quanto mais a conhecemos mais nos enfeitiçamos.

Informações práticas:
Metro:
Nápoles conta com duas linhas de metro. A linha 1, conhecida como linha dell'arte que funciona das 06.00 às 23.00, e a linha seis, ativa das 06.30 às 21.30. A linha 2 une a estação central, com diversas estações ferroviárias até ao porto de Nápoles. No que respeita a bilhetes... um bilhete de 90 minutos custa €1.20 que permite durante este período circular em todas as linhas de metropolitano e autocarros da cidade, enquanto o bilhete de 24H tem o custo de €3.60.

Autocarros:
Nápoles encontra-se muito bem servida por linhas de autocarros, mas os mesmos têm horários pouco fiáveis devido ao trânsito caótico.

 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Night live em VENEZA

Já tudo e nada foi escrito sobre Veneza. Os mitos sucedem-se à velocidade que encontramos canais em Veneza. A cidade disto, a cidade daquilo, que cheira mal... mitos e mais mitos. Como qualquer outra cidade, Veneza desperta cada noite para uma outra cidade. É verdade que não tem a vida louca de Madrid, as "litradas" decadentes de Lisboa, mas tem uma vida muito própria onde sempre com o estilo de Veneza, os venezianos se divertem.
 
Andiamo à far una gara...
Relax de final de tarde no Timoni
 
Viajemos pela Veneza dos reflexos de luz...
 
Poucas vezes se discute o que fazem os venezianos pela noite? As escolhas são variadas, seja em Veneza cidade, seja na área continental vizinha.
 
De tabernas a pubs até às enotecas minimalistas, a oferta de gostos e paladares dos vinhos, funde-se com as escolhas de novas e eternas melodias que noite dentro ecoam pela laguna.
 
As sugestões que aqui deixo, são novos espaços que têm surgido pela cidade e que representam novas tendências e que trazem diversidade ao dove si và stassera a Venezia.
 
Começamos a nossa deambulação noturna pelo Paradiso Perduto (paraíso perdido) localizado na Fondamenta della Misericordia, Cannaregio 2540, onde a nova geração de novos cozinheiros de Veneza decidiu abrir um espaço aberto a novas culturas e gerações e o resultado não podia ser melhor. Espetáculos ao vivo gratuitos na companhia de Masaron, Corini e Bandello que trazem novas roupagens a grandes sucessos resultando numa fusão diria quase perfeita entre modernidade e tradição. Sugiro que procurem assistir às noites de jazz Afro e cuban jazz... Acompanhados de um spritz é um bom inicio de noite. Este é um dos espaços mais frequentados pelos venezianos. É uma lufada de ar fresco.
Paradiso Perduto

Masaron, Corini e Bandello
 
Para os mais jovens e devido à proximidade à universidade Cà Foscari, temos no eterno campo Santa Margherita o Caffe Rosso onde noite dentro se dança ao som de reggae music Paradise.
Caffé Rosso
 
Ainda no campo Santa Margherita, e como importa diversificar, surgiu à pouco tempo um espaço dedicado ao trompetista Chet Baker, dando nome ao mesmo - Chet Bar. O Ambiente remonta aos anos 60 e animação está garantida noite dentro com os DJs residentes Satoshi, Belami and Davide Golia.
Chet Bar
 

MILÃO - Pedalar pelo Naviglio - A província desconhecida.

Naviglio
 
Chegou a primavera. O Frio cortante milanês está a retirar-se para dar lugar ao verde e às cores que por esta altura inundam os canais do Naviglio. Começamos a sair, porque o inverno foi longo, limpamos as bicicletas, uns calções confortáveis, telefona-se a amigos, pequeno almoço junto à Darsena do Naviglio Grande e estamos prontos para uma manhã de domingo fora do ruido milanês.
 
Il traghetto del Naviglio

 
O naviglio é um canal que liga o rio Ticino a Milão, e foi na sua época considerada uma das principais obras de engenharia da alta idade média.
 
Construído para ser navegável, tinha na sua génese o objetivo de transportar mercadorias até ao lago Maggiore, e materiais de construção até milão, tendo desempenhado grande importância no transporte da pedra que ornamentam o magnifico duomo da Cidade.
 
Atualmente o canal é utilizado com fins turísticos e para o transporte de passageiros das pequenas cidades que circundam a área metropolitana de Milão.
 
Mas hoje o nosso meio de transporte é outro. Ao longo de uma distância de 70 km, que pode ser feito por etapas, somos brindados com panorâmicas fantásticas e tranquilas que contrastam com a vida cosmopolita da capital da Lombardia e cujo grau de dificuldade permite que qualquer pessoa mesmo sem grande preparação física o possa fazer.
 
O percurso que sugiro é o que começa em Somma Lombardo, localidade  próxima do Aeroporto de Milão Malpensa, e que é acessível através da linha Milão - Domodossola, sendo que os comboios regionais permitem o transporte gratuito de bicicletas.
 
Ao longo deste percurso podemos ver múltiplas paisagens que vão da arquitetura industrial, até aos edifícios históricos passando por troços caraterizados por uma natureza no seu estado mais puro.
 
Deixamos então a estação FS de Somma Lombardo, e seguimos a SS 336 até Varallo Pombia (NO - Novara) seguindo depois a descida até encontrarmos o rio Ticino. Na represa de Pan Perduto encontramos os canais Villoresi e Industrial que devemos seguir até encontrarmos a Alzaia Naviglio Grande.
Turbigo
 
A partir daqui é seguir o rio. Não há que enganar. Seguimos o canal industrial de Turbigo, onde tem inicio um novo troço do Naviglio Grande.
 
Chegamos a Vizzola Ticino. Com o rio do nosso lado direito, voltamos á direita e descemos em direção ao açude e sobre a ponte vale apena admirar esta obra de engenharia. Seguindo o Naviglio entramos numa área de campo cultivado. ao longo do percurso encontramos uma pequena igreja, na qual nos podemos abastecer de água.
Açude Vizzola Ticino
 

Voltando às pedaladas, ao longo do percurso encontramos velhas unidades abandonadas ao longo do canal, até encontramos o palácio clerici e a ponte de pedra que remonta a 1574, seguindo-se depois uma sucessão de Villas ao longo do Naviglio ate chegarmos a Bernate Ticino onde sobressai uma magnifica ponte ornamentada com flores seguindo-se a impressionante Boddalora Ticino sobre o canal.
Bernate sul Ticino

O percurso prossegue até chegarmos a Ponte Vecchio, uma freguesia de Magenta, onde apos cruzarmos a ponte seguimos no lado oposto ao naviglio até Robecco sul Naviglio.

Ao longo do Naviglio atravessamos villas históricas como o Palazzo Archinto e a Villa Gaia com a sua característica ponte dos degraus.

Paramos um pouco para admirar estas obras arquitetónicas do passado, e prosseguimos o nosso trajeto até Castelletto di Abbiategrasso, onde o Naviglio se divide em dois, formando o Naviglio de Bereguardo.
Abbiategrasso

A partir daqui entremos no perímetro urbano de Milão, e o Naviglio vai perdendo a sua magia, deixando-se de encontrar villas históricas e locais característicos de uma Lombardia desconhecida, e começamos a cruzar o território denominado de parque agrícola sul e entramos nos municípios de Vermezzo e Gaggiano.
 
Já a pensar no centro da cidade, atravessamos Trezzano sul Naviglio, a ciclovia acompanha a estrada provincial daí devermos ter muita atenção ao trânsito.
 
A paisagem mudou... já não vemos villas majestosas, nem natureza intacta... a paisagem é agora dominada por antigas unidades industriais, lojas, armazéns... Estamos perto do fim do nosso dia... Sensação de missão cumprida e fica sempre a ideia que mesmo nesta cidade onde parece que andamos todos muito ocupados com o tempo, com as horas... ainda podemos sentir que existem uma outra MILANO.
Darsena - Porto
Plano de requalificação
 
Aconselho este percurso a todos. É uma forma de desmistificar a arrogância milanesa e conhecer outros lugares e um outro lado destas pessoas que poucos têm o prazer de descobrir.

terça-feira, 18 de março de 2014

Ravenna - A cidade dos Mosaicos.

Ravenna. Localizada a Este de Bolonha e a sul do delta do Rio Pó, esta cidade da Emilia Romagna ganhou notoriedade pelos mosaicos que revestem a catedral.
Praça principal de Ravenna
 
Conhecida como a cidade dos mosaicos, Ravenna é uma das cidades mais procuradas da costa adriática seja pelo seu mar, pelos momentos de diversão que proporciona, mas também pelas inúmeras obras de arte que nos deslumbram. Deixemos-nos guiar por esta doce e aberta cidade sobre o Adriático.
 
Ao chegarmos à cidade a primeira coisa a fazer é dirigirmos-nos ao turismo de Ravenna localizado na Via Salara 8/12 e pedir um mapa e a partir daí e descobrir as maravilhas desta cidade Romagnola.
 
Batistério Neoniano
 
Os mosaicos deslumbram-nos, mas outras obras de arte de maior ou menos dimensão e grandiosidade impressionam, visto darem cor e luz aos edifícios. O Batistério Neoniano, o interior do mausoléu de Galla Placida onde o Azul domina sem esquecermos o pavimento da Basílica de San Francesco. E finalmente por terras de Dante não devemos esquecer.
Mausoléu de Galla Placida

Basílica de San Francesco

 
Mas Ravenna não são só monumentos. Bem próximo temos o quente Adriático na Marina de Ravenna, em Punta Marina, no Lido Ariano e na Marina Romea com praias que apesar de cheias prometem bons banhos. Para os amantes de caminhadas e observação de aves, a proximidade do delta do Pó fará delicias devendo-se procurar a WWF na via Gornini que organizam passeios com guias a preços bastante razoáveis.
Punta Marina
 
Porto Viro, a capital do Delta del Pó
 
 
Como chegar:
A melhor forma de chegar aa Ravenna é a partir de Bolonha, utilizando os comboios regionais da trenitalia com varias ligações por dia.