quarta-feira, 16 de abril de 2014

Night live em VENEZA

Já tudo e nada foi escrito sobre Veneza. Os mitos sucedem-se à velocidade que encontramos canais em Veneza. A cidade disto, a cidade daquilo, que cheira mal... mitos e mais mitos. Como qualquer outra cidade, Veneza desperta cada noite para uma outra cidade. É verdade que não tem a vida louca de Madrid, as "litradas" decadentes de Lisboa, mas tem uma vida muito própria onde sempre com o estilo de Veneza, os venezianos se divertem.
 
Andiamo à far una gara...
Relax de final de tarde no Timoni
 
Viajemos pela Veneza dos reflexos de luz...
 
Poucas vezes se discute o que fazem os venezianos pela noite? As escolhas são variadas, seja em Veneza cidade, seja na área continental vizinha.
 
De tabernas a pubs até às enotecas minimalistas, a oferta de gostos e paladares dos vinhos, funde-se com as escolhas de novas e eternas melodias que noite dentro ecoam pela laguna.
 
As sugestões que aqui deixo, são novos espaços que têm surgido pela cidade e que representam novas tendências e que trazem diversidade ao dove si và stassera a Venezia.
 
Começamos a nossa deambulação noturna pelo Paradiso Perduto (paraíso perdido) localizado na Fondamenta della Misericordia, Cannaregio 2540, onde a nova geração de novos cozinheiros de Veneza decidiu abrir um espaço aberto a novas culturas e gerações e o resultado não podia ser melhor. Espetáculos ao vivo gratuitos na companhia de Masaron, Corini e Bandello que trazem novas roupagens a grandes sucessos resultando numa fusão diria quase perfeita entre modernidade e tradição. Sugiro que procurem assistir às noites de jazz Afro e cuban jazz... Acompanhados de um spritz é um bom inicio de noite. Este é um dos espaços mais frequentados pelos venezianos. É uma lufada de ar fresco.
Paradiso Perduto

Masaron, Corini e Bandello
 
Para os mais jovens e devido à proximidade à universidade Cà Foscari, temos no eterno campo Santa Margherita o Caffe Rosso onde noite dentro se dança ao som de reggae music Paradise.
Caffé Rosso
 
Ainda no campo Santa Margherita, e como importa diversificar, surgiu à pouco tempo um espaço dedicado ao trompetista Chet Baker, dando nome ao mesmo - Chet Bar. O Ambiente remonta aos anos 60 e animação está garantida noite dentro com os DJs residentes Satoshi, Belami and Davide Golia.
Chet Bar
 

MILÃO - Pedalar pelo Naviglio - A província desconhecida.

Naviglio
 
Chegou a primavera. O Frio cortante milanês está a retirar-se para dar lugar ao verde e às cores que por esta altura inundam os canais do Naviglio. Começamos a sair, porque o inverno foi longo, limpamos as bicicletas, uns calções confortáveis, telefona-se a amigos, pequeno almoço junto à Darsena do Naviglio Grande e estamos prontos para uma manhã de domingo fora do ruido milanês.
 
Il traghetto del Naviglio

 
O naviglio é um canal que liga o rio Ticino a Milão, e foi na sua época considerada uma das principais obras de engenharia da alta idade média.
 
Construído para ser navegável, tinha na sua génese o objetivo de transportar mercadorias até ao lago Maggiore, e materiais de construção até milão, tendo desempenhado grande importância no transporte da pedra que ornamentam o magnifico duomo da Cidade.
 
Atualmente o canal é utilizado com fins turísticos e para o transporte de passageiros das pequenas cidades que circundam a área metropolitana de Milão.
 
Mas hoje o nosso meio de transporte é outro. Ao longo de uma distância de 70 km, que pode ser feito por etapas, somos brindados com panorâmicas fantásticas e tranquilas que contrastam com a vida cosmopolita da capital da Lombardia e cujo grau de dificuldade permite que qualquer pessoa mesmo sem grande preparação física o possa fazer.
 
O percurso que sugiro é o que começa em Somma Lombardo, localidade  próxima do Aeroporto de Milão Malpensa, e que é acessível através da linha Milão - Domodossola, sendo que os comboios regionais permitem o transporte gratuito de bicicletas.
 
Ao longo deste percurso podemos ver múltiplas paisagens que vão da arquitetura industrial, até aos edifícios históricos passando por troços caraterizados por uma natureza no seu estado mais puro.
 
Deixamos então a estação FS de Somma Lombardo, e seguimos a SS 336 até Varallo Pombia (NO - Novara) seguindo depois a descida até encontrarmos o rio Ticino. Na represa de Pan Perduto encontramos os canais Villoresi e Industrial que devemos seguir até encontrarmos a Alzaia Naviglio Grande.
Turbigo
 
A partir daqui é seguir o rio. Não há que enganar. Seguimos o canal industrial de Turbigo, onde tem inicio um novo troço do Naviglio Grande.
 
Chegamos a Vizzola Ticino. Com o rio do nosso lado direito, voltamos á direita e descemos em direção ao açude e sobre a ponte vale apena admirar esta obra de engenharia. Seguindo o Naviglio entramos numa área de campo cultivado. ao longo do percurso encontramos uma pequena igreja, na qual nos podemos abastecer de água.
Açude Vizzola Ticino
 

Voltando às pedaladas, ao longo do percurso encontramos velhas unidades abandonadas ao longo do canal, até encontramos o palácio clerici e a ponte de pedra que remonta a 1574, seguindo-se depois uma sucessão de Villas ao longo do Naviglio ate chegarmos a Bernate Ticino onde sobressai uma magnifica ponte ornamentada com flores seguindo-se a impressionante Boddalora Ticino sobre o canal.
Bernate sul Ticino

O percurso prossegue até chegarmos a Ponte Vecchio, uma freguesia de Magenta, onde apos cruzarmos a ponte seguimos no lado oposto ao naviglio até Robecco sul Naviglio.

Ao longo do Naviglio atravessamos villas históricas como o Palazzo Archinto e a Villa Gaia com a sua característica ponte dos degraus.

Paramos um pouco para admirar estas obras arquitetónicas do passado, e prosseguimos o nosso trajeto até Castelletto di Abbiategrasso, onde o Naviglio se divide em dois, formando o Naviglio de Bereguardo.
Abbiategrasso

A partir daqui entremos no perímetro urbano de Milão, e o Naviglio vai perdendo a sua magia, deixando-se de encontrar villas históricas e locais característicos de uma Lombardia desconhecida, e começamos a cruzar o território denominado de parque agrícola sul e entramos nos municípios de Vermezzo e Gaggiano.
 
Já a pensar no centro da cidade, atravessamos Trezzano sul Naviglio, a ciclovia acompanha a estrada provincial daí devermos ter muita atenção ao trânsito.
 
A paisagem mudou... já não vemos villas majestosas, nem natureza intacta... a paisagem é agora dominada por antigas unidades industriais, lojas, armazéns... Estamos perto do fim do nosso dia... Sensação de missão cumprida e fica sempre a ideia que mesmo nesta cidade onde parece que andamos todos muito ocupados com o tempo, com as horas... ainda podemos sentir que existem uma outra MILANO.
Darsena - Porto
Plano de requalificação
 
Aconselho este percurso a todos. É uma forma de desmistificar a arrogância milanesa e conhecer outros lugares e um outro lado destas pessoas que poucos têm o prazer de descobrir.